Nesta quarta-feira, 18 de dezembro de 2024, o dólar atingiu a marca histórica de R$ 6,30, escancarando a fragilidade e a ineficácia das políticas econômicas vigentes no Brasil. Apesar das intervenções do Banco Central, que injetou US$ 8 bilhões no mercado cambial, a moeda norte-americana permanece em patamares alarmantes, refletindo a ausência de um planejamento estratégico eficaz.
Intervenções do Banco Central e Resultados Limitados
O Banco Central realizou dois leilões de venda à vista de dólares para conter a alta cambial. O primeiro, entre 9h15 e 9h20, ofertou US$ 3 bilhões. O segundo, das 10h35 às 10h40, adicionou US$ 5 bilhões ao mercado. Embora tenham reduzido temporariamente a cotação para R$ 6,12, essas ações não foram suficientes para estabilizar a moeda de forma sustentável.
A volatilidade cambial, porém, não se resume a intervenções pontuais. Ela reflete a desconfiança dos investidores em relação à condução fiscal do governo. A proposta de revisão de gastos apresentada pelo Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enfrenta resistência no Congresso, amplificando as incertezas no mercado financeiro.
Fatores Internos Agravam a Crise
A situação é ainda mais crítica devido à deterioração das contas públicas. Em julho, o déficit primário do setor público consolidado chegou a R$ 21,3 bilhões, enquanto a dívida bruta alcançou o maior nível desde 2021. Esses fatores minam a confiança do mercado e exercem pressão adicional sobre o câmbio.
Paralelamente, a recente elevação da taxa Selic para 12,25% ao ano, com perspectiva de novos aumentos, também não tem sido suficiente para conter a valorização do dólar. A população brasileira, especialmente os mais vulneráveis, sente os efeitos dessa instabilidade na alta dos preços de produtos importados, combustíveis e insumos básicos, agravando o custo de vida e reduzindo o poder de compra.
Medidas Necessárias para Estabilizar a Economia
É imperativo que as autoridades econômicas implementem medidas estruturais e eficazes para restaurar a confiança dos investidores e estabilizar a economia. Entre essas ações, destacam-se:
- Aprovação de reformas estruturais que tragam sustentabilidade às contas públicas.
- Compromisso com a responsabilidade fiscal, promovendo equilíbrio entre receitas e despesas.
- Transparência nas ações governamentais, aumentando a previsibilidade e reduzindo as incertezas no mercado.
As intervenções cambiais devem ser complementadas por uma abordagem integrada que ataque as causas estruturais da instabilidade.
Impacto na População e Exigência de Responsabilidade
A alta do dólar penaliza diretamente a sociedade brasileira, especialmente os mais vulneráveis, que sofrem com a elevação dos preços e a consequente perda de poder aquisitivo. É inaceitável que a incompetência na gestão econômica continue a afetar a população dessa forma. A sociedade deve exigir responsabilidade, competência e ações efetivas das autoridades econômicas para resgatar a estabilidade econômica e proteger o bem-estar da população.
Para Saber Mais
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Resumo:
O dólar alcançou R$ 6,30 em 19 de dezembro de 2024, expondo a fragilidade das políticas econômicas do Brasil. Apesar das intervenções do Banco Central, que injetou US$ 8 bilhões no mercado cambial, a moeda norte-americana segue em alta, refletindo a falta de controle e planejamento estratégico. Reformas estruturais e transparência são fundamentais para restaurar a confiança dos investidores e proteger a população da escalada inflacionária.